Tuesday, April 14, 2009


AS ERRÂNCIAS
DO MAL CANTANTE

Ou de como a Hamartia
Se converte
Amorosamente
Em Sophia
Como uma
Serpente que se enrosca
Nos astutos
Vazios


{Comentários de Sóniantónia e Sandralexandra}

As figuras do mundo
adoçam-nos
aos poucos.

A caridade é a dádiva sob o
{arrepiante}
disfarce da graciosidade.

O pensamento é o legado inconveniente
do que convence em
secreta conversa.


E nós somos desviante leituras,
assombrados comentários de quem narra
transversalmente.

O ser dilacera-se como múltiplo sexual.

Era a caligrafia como uma exercitação do desejo para lá do que se enuncia.

A volúpia descentra
os centros mais
íntimos do mundo.

A nudez entranha-se nos movimentos e nos panejamentos.

Um lagar muito inclinado de Alegorias.
...o pouco de fogo que nos queima no fundo da brancura...

Ela repartira o seu corpo pelo corpo mais corpóreo e humedecido da pobreza.

Somos testamentos rasgados pelas facas das escolias alheias.

Apresentamo-nos como autores desavindos que mascaram a Obra.

O sol sob o qual me apascento tornou-se o âmago desperto de uma incontornável inocência. Ou de uma vindoura incoerência?

Comíamos sopas aquecidas pelas Brasas da Nostalgia.

Somos mais inexperientes em dar respostas: com desalinhavado acerto ou alinhavado desacerto.

O amor possui-nos como um conhecimento que se retrai.




As plantas abalaram das suas moradias altas e esfíngicas e escaparam-se para uma errância mais espaçosa.

O bafo dos testamentos amansa mas não consola.

Os herdeiros fazem muito barulho nos futuros.

A atracção trai os atraídos.

Os homens que nos hão-de escutar fingem-se nas entrelinhas como um ouvido que oscula soberbos desejos.

Os iluminadores tornam-se ao iluminar iluminuras os iluminados.

Tudo se obscurece ou ilumina sem ter que se equivaler.

Os mapas crescem debaixo de nós como ervas alucinatórias mesmo quando moramos na desolação.

Uma vontade saudável de ser assediado.

Uma grande fome de comer
um pouco de tudo
e outras sinceridades.

A nudez da testamentária era uma marginália
que percorria
serpentinamente
os redutos do texto.

A mama maravilhosa da mãe de Deus
abria o apetite.

O fragmentário impunha-se como um desejo de continuar a sublinhar.

O amor restituía-nos o nosso corpo com uma plenitude de que o puro Logos é incapaz.

Os bicos das mamas olham-nos e geometrizam-nos no modo como desarrumamos e arrumamos as ânsias de mais mundo.

Aniquilo-me de amor ao saciar-me com o que me quotidiana microscópicamente.

O que mais desperta cega por demais.

Os nossos quotidianos entreenjaulam-se numa espécie de desajustada ajuda.

A alegria inextinguível das iguarias.

As especiarias com que
cozinhamos o Vazio – o
êxtase como um excesso
perfumado
e que se emancipa
da cauda maldita
dos perfumes

Os objectos estabelecem-se
Como actores que parodiam
O ar metafísico da sua
Causalidade:
A comunidade rasteja
Por debaixo dos objectos
E encena uma dúzia
De razões partilháveis.
Uma Etapa que
Nunca acaba
E que aqui
Partilhamos

Um certo receio no re-creio.




As primaveras desconfiam
Das suas intensidades
E do seu excesso de
Beleza.
Apolo mexe-se
Mas tornou-se um
Deus demasiado grande
À roda do qual gravitamos :
Ao olhar intenso de Apolo
Vamos preferir angustias
Nocrturnas: como um
Remédio
Xaroposo.

Prefaciamos intersticial-
Mente: sabemos que
Os títulos são o que
Sobra como emblema por
Polir.



A Manhã já se havia
Partido antes do
Amado partir com a
Sua altivez de cedro
Bíblico.

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